Carlos Drummond de Andrade - De la mano

6 abr 2024

Carlos Drummond de Andrade - De la mano

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Carlos Drummond de Andrade - De la mano

Versión: Isaías Garde


No seré el poeta de un mundo caduco.

Tampoco cantaré al mundo futuro.

Estoy atado a la vida y miro a mis compañeros.

Están taciturnos pero nutren grandes esperanzas.

Entre ellos, considero la enorme realidad.

El presente es tan grande, no nos alejemos.

No nos alejemos mucho, vayamos tomados de la mano.


No seré el cantor de una mujer, de una historia,

no hablaré de los suspiros al anochecer, del paisaje visto desde la ventana,

no distribuiré estupefacientes ni cartas de suicida,

no escaparé a las islas ni seré raptado por serafines.

El tiempo es mi materia, el tiempo presente, los hombres presentes,

la vida presente.


Mãos Dadas


Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.


Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,

a vida presente.

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